25 de jun. de 2009

Realidade



Em ti o meu olhar fez-se alvorada
e a minha voz fez-se um canto sem palavras
e a minha rubra boca apaixonada
teve a frescura pálida de cada madrugada...

Embriagou-me o teu beijo como um vinho
fulvo de espanha, em taça cinzelada...
e a minha cabeleira desatada
pôs a teu pés a sombra dum caminho...

Minhas pálpebras são cor de verbena,
eu tenho os olhar garços, sou morena
e para te encontrar foi que eu nasci...

Tens sido vida para o meu desejo
e agora, que te falo, que te vejo,
não sei se te encontrei... se te perdi...

Frêmito do meu corpo a procurar-te,
febre das minhas mãos na tua pele
que cheira a âmbar, a baunilha e a mel,
Doido anseio dos meus braçoes a abraçar-te

Olhos buscando os teus em toda parte,
Sede de beijos, estondeante fome, àspera e cruel,
que nada existe que a metingue e a farte !

E vejo-te tão longe ! Sinto a tua alma
junto da minha, uma lagoa calma,
a dizer-me, a cantar que não me amas


E meu coração que tu não sentes,
vai boiando ao acaso das correntes,
esquife negro sobre um mar de chamas...

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